Um grupo de investidores denuncia que teve mais de R$ 290 milhões de prejuízo após suposto golpe de uma empresa de apostas esportivas, em Anápolis. Ao todo, mais de 2 mil pessoas podem ter sido vítimas. O dono da empresa nega o crime e alega que foi sequestrado e obrigado a repassar todos os valores dos investimentos a integrantes de uma espécie de máfia italiana.
Ao Mais Goiás, um dos investidores que preferiu não se identificar, disse que a empresa H5 Investimentos Esportivos atuava com apostas de jogos de várias modalidades, como futebol, tênis, vôlei e outros. Segundo ele, o rendimento semanal prometido pelo dono da empresa variava de 2,5% a 15%.
De acordo com o homem, os clientes tiveram retorno por bastante tempo. No entanto, na quarta-feira (30), o proprietário da empresa anunciou que fez apostas e perdeu 99% do dinheiro dos investidores. No mesmo dia, após intensa pressão, Henrique Saccomori emitiu nota dizendo que, na verdade, sofreu ameaças na Itália para entregar todo o dinheiro dos investimentos.
“Ele não conseguiu manter a história inicial. Toda hora conta uma versão. Nós acreditamos que ele [Henrique] está tentando ludibriar a todos, acreditamos se tratar de um golpe”, comentou.
Grandes prejuízos
Conforme expõe o investidor, o dono da H5 enviou diversos áudios aos clientes para explicar a situação. “Chorando, ele disse que iria na Polícia e depois daria explicação sobre a devolução ou não do dinheiro”. O homem afirma que tem amigos que investiram cerca de R$ 10 milhões.
“O Henrique é um cara muito conhecido em Anápolis, fazia termos confiança nele. Tenho conhecimento de que a empresa funcionava há uns quatro anos e agora enganou muita gente. Várias pessoas fizeram empréstimo no banco para investir. Acreditamos que os prejuízos estão na casa de bilhões”
As vítimas têm se movimentado para levar o caso às autoridades. O Mais Goiás tenta contato com a Polícia Civil e Federal para descobrir se já há alguma investigação em andamento.
O que diz a empresa acusada de golpe por investidores esportivos em Anápolis
Em nota, a empresa H5 Investimentos Esportivos disse que o proprietário Henrique Saccomori foi coagido a entregar os valores a ‘bandidos’. Em um vídeo que circula nas redes sociais, o empresário diz que não sumiu com o dinheiro dos investidores. Ele firma que vai procurar a Polícia para investigar o suposto sequestro e que trabalha para fornecer solução segura a todos.
Confira os áudios com ameaças ao empresário:
Nota dos investidores
H5 INVESTIMENTOS ESPORTIVOS EIRELI, através de seu representante
legal Henrique Saccomori Ramos, declara que desde o dia 27 de Março de 2022,
após uma reunião realizada na Itália acerca de apostas esportivas, o sócio
proprietário junto de sua esposa sofreram uma ameaça de morte de todos os seus
familiares e todos os seus entes queridos, destacando que a qualquer momento
que o sócio proprietário procurasse as autoridades policiais todos estariam
mortos. Diante disso, os bandidos internacionais coagiram o sócio proprietário a
relatar que fosse apenas informado aos investidores que haveria uma perda
financeira, ou, caso contrário, toda a sua família iria ser imediatamente morta.
Lamentavelmente a situação saiu do controle e a empresa H5
INVESTIMENTOS ESPORTIVOS EIRELI procurará a polícia internacional
para apurar o crime de extorsão mediante sequestro e cárcere privado praticado
em desfavor de todos os familiares do sócio proprietário.
A empresa H5 INVESTIMENTOS ESPORTIVOS EIRELI assevera que
pretende fornecer uma solução segura a todos, pedindo encarecidamente, neste
momento, a paciência necessária para a averiguação do crime e do prejuízo
informado nesta nota. Mesmo nunca prometendo lucro aos investidores, a
empresa sempre agiu de forma séria e o mais transparente possível, por isso,
buscará a melhor forma de solucionar o caso.
Pedimos nossas sinceras desculpas, pois, na iminente ameaça de perder a vida, o
sócio proprietário foi obrigado a informar que todas as entradas foram perdidas.
Contudo, considerando que irá procurar a polícia para resguardar sua vida, pede
que todos aguardem a apuração dos fatos. Toda esta situação foi postergada ao
máximo para evitar o risco de morte.
A empresa se mantém à disposição para futuros esclarecimentos e designará uma
assessoria de comunicação em breve.
Fonte: www.maisgoias.com.br
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