Guia do CB LoL 2018 – Primeiro Split

O maior circuito nacional de esportes eletrônicos, o Campeonato Brasileiro de League of Legends, ou apenas, CB LoL 2018, terá início no próximo sábado, no dia 20 de Janeiro e contará com extensa cobertura aqui no QueroApostar, sendo transmitido inclusive pelos canais Sportv além das já tradicionais transmissões no YouTube e Twitch.

Criado em 2012, o CB LoL cresce a cada ano, indo para palcos cada vez maiores para a realização das partidas das semifinais (primeira fase realizada com presença do público) e da final (realizada em evento diferente das semifinais), já tendo sido realizado no Espaço das Américas, no Maracanãzinho, no Ibirapuera, no Classic Hall em Recife, no Allianz Parque, no Mineirinho entre outros, com a premiação já ultrapassando a casa dos 200 mil reais!

O crescimento do cenário está em um ritmo tão forte que nesse início de 2018 tivemos a chegada de duas novas marcas gigantes criando suas equipes: o Flamengo e o Submarino, sendo que ambos começarão no circuito desafiante (equivalente à segunda divisão do CB LoL). Além deles, o Corinthians também chegou no cenário, fazendo parceria com a Red Canids que hoje se chama Red Canids Corinthians.

Formato de Disputa

O calendário do CB LoL é separado em dois ‘splits’, um em cada semestre do ano, tendo assim dois campeões por ano. Em cada um desses splits os atuais oito times se enfrentam em turno único em partidas de Melhor de 3 – novidade desse ano, pois antes se enfrentavam em série de Melhor de 2, tendo assim vários empates.

Para esse ano houve uma mudança para a fase final eliminatória, não sendo mais um quadrangular final entre os 4 primeiros colocados, mas sim um inovador – e complexo – sistema chamado de ‘escalada’, que garante o 1º colocado da temporada regular na grande final, ao mesmo tempo que trás mais emoção para o resto dos participantes, com o 5º colocado podendo tanto chegar à final quanto se ver no confronto de rebaixamento contra o segundo colocado do circuito desafiante.

O último colocado segue sendo automaticamente rebaixado para o circuito desafiante. Para ficar mais claro e fácil a explicação do regulamento, veja o vídeo abaixo:

Análise das Equipes

Títulos do CB LoL: 0

História: Presente no CB LoL desde 2013, a CNB é um dos times mais tradicionais do Brasil ainda que não tenha conquistado o seu caneco, batendo na trave duas vezes com vices em 2014 e 2016.

Resultados em 2017: foi um ano desastroso para a CNB. 5ª colocada no primeiro split e penúltima no segundo split, a equipe teve que enfrentar a Operation Kino na repescagem para se manter na elite, tendo, nesse meio-tempo, passado por inúmeros problemas internos com um ambiente muito conturbado, problemas entre jogadores e comissão técnica, casos de indisciplina (como o de Tinowns, que foi suspenso pela organização em algumas partidas) e por aí vai.

Mudanças e Expectativas para 2018: buscando vida nova, a CNB mudou seu time inteiro, mantendo apenas o atirador pbO na equipe. Tendo acertado em cheio nas contratações em minha opinião, trazendo um suporte que promete muito (Baiano) sendo hoje um jogador muito experiente e com vivência internacional tendo atuado pela Big Gods Jackals durante um semestre de 2017.

Para as rotas de Topo, Selva e Meio a CNB aposta em Robô (campeão do primeiro split de 2017 com a Red Canids), Turtle (ex-INTZ) e Rakin (ex-Pain). É uma lineup que me faz crer em um bom primeiro split para os Blummers, ainda que exista incógnita do desempenho de alguns jogadores como o Rakin, que foi reserva do Kami durante todo o ano de 2017.

Não os coto como candidatos ao título, mas certamente não vejo a CNB novamente lutando pela permanência.

Ranking QA: 5º colocado

Títulos do CB LoL: 3

História: Presente no CB LoL desde 2014, a INTZ é a equipe mais vezes vencedora do CB LoL, conquistando o caneco uma vez em 2015 e duas vezes em 2016, sendo que o ‘cara’ mais apontado como grande responsável pelo domínio é o analista britânico Peter Dun, contratado pela org em 2016.

Resultados em 2017: após seu quinteto dominar o cenário em 2016, a INTZ viu seus atletas serem alvo do interesse de outras equipes, acabando por perder três peças: Yang e Revolta para a Keyd e Tockers para a Red Canids. Mesmo assim, a equipe continuou a mostrar sua superioridade no jogo macro, terminando na liderança em ambos os splits. Porém, no mata-mata a equipe não manteve o nível, sendo eliminada nas semifinais em ambas etapas.

Mudanças e Expectativas para 2018: terminando de perder as peças de seu time campeão, a INTZ viu as duas peças que restavam na equipe – Micão e Jockster – irem para a Keyd e para piorar, o exímio analista Peter Dun também deixou a organização. Assim, devemos ver uma INTZ completamente nova nesse ano de 2018 e com um time ainda muito jovem.

O time não contratou novos jogadores em relação aos que ficaram no time de 2017 (Ayel, Envy e Shini), trazendo apenas a reposição para as perdas na botlane. Indo atrás do atirador revelação de 2017, Absolut, que foi campeão com a Team One e mostrou muita habilidade em 2017. Ao seu lado, jogará o suporte Ziriguidun, que eu particularmente considero um dos piores do país.

Saber o que esperar da INTZ é extremamente complicado porque o time é uma grande incógnita e seu estilo de jogo acredito que deva mudar bastante em relação ao ano passado, considerando também a juventude de seus atletas e o tempo natural que devem levar para adquirir uma sinergia como equipe deve coloca-los na briga pelo título apenas na segunda etapa, ainda que eu os veja seguindo entre as cabeças na temporada regular.

Ranking QA: 3º colocado

Títulos do CB LoL: 1

História: Presente no CB LoL desde 2013, a Keyd é um dos times com mais bala pra contratar, gastando sempre alto e montando times de estrelas, mas tendo mesmo assim muita dificuldade de transformar isso em títulos, com sua única conquista do CB LoL datando do longínquo ano de 2014.

Resultados em 2017: vice-campeão na primeira etapa e apenas sexto colocado na segunda etapa. Foi um ano muito irregular para a organização que não conseguiu dar liga com as contratações de Yang e Revolta junto dos três remanescentes jogadores da equipe: Takeshi, Esa e Ziriguidun/Juzinho. A Keyd durante o ano todo apresentou muita indecisão no estilo de jogo e debilidade em jogar o mapa (que é o ponto mais importante do jogo). Eles ainda conseguiram crescer de forma surpreendente na reta final do primeiro split, alcançando a final.

Mudanças e Expectativas para 2018: seguindo em busca de seu título, a Keyd decidiu ir pelo caminho de ‘se não conseguimos montar um time que se torne campeão, vamos trazer logo um time todo campeão’, com a equipe completando todas as peças do chamado ‘Exódia’ (metáfora relacionada ao desenho YuGi-Oh onde o lendário monstro só funciona com todas suas 5 peças reunidas).

Assim, a Keyd contratou todo o time campeão da INTZ em 2015 e 2016, trazendo Micão, Jockster e Tockers para se juntar a Yang e Revolta, voltando a reunir uma equipe que não só foi campeã três vezes como também não perdeu nenhuma vez em seus 27 confrontos travados. Logo, a expectativa é da Keyd brigar nas cabeças!

Ranking QA: 1º colocado

Títulos do CB LoL: 2

História: Organização muito antiga, a Pain foi a primeira equipe da América Latina a ter uma gaming house, tendo hoje uma enorme base de torcedores e muita tradição no cenário, fazendo parte da disputa do CB LoL desde 2012, tendo-o vencido em 2013 e 2015 e sendo vice-campeã na última etapa disputada, em 2017.

Resultados em 2017: 3ª colocada na primeira etapa e vice-campeã na segunda, a Pain teve um ano positivo, ainda que com um time que apresentasse algumas deficiências e erros principalmente nas rotas do Topo (Mylon) e Meio (Kami).

Mudanças e Expectativas para 2018: buscando corrigir esses problemas, a equipe mudou os jogadores do top e do mid. Mylon deu um tempo do competitivo e Kami mudou de função na organização, seguindo a ser parte da Pain, mas não estando inscrito para a disputa do primeiro split.

Para os lugares deixados a Pain trouxe Tinowns da CNB para jogar no Mid, ele é um bom jogador e bem agressivo, mas não fez um bom ano de 2017, sendo que ele pode tanto ir muito bem, quanto ir muito mal. Para o topo, a Pain trouxe Takeshi, que disputou todas as temporadas do CB LoL desde 2012, mas chega como uma grande aposta já que toda sua carreira ele foi jogador do meio e agora terá de aprender a jogar no topo.

É imprevisível saber o que esperar dessa nova Pain, principalmente porque suas duas contratações são apostas, podendo dar certo ou errado. De forma que eu coloco a Pain no bolo de times intermediários/inferiores atualmente. Pela enorme qualidade dos times desse CB LoL, cotarei a Pain como 6ª colocada, mas a vejo terminando até mesmo na 4ª posição, vendo muito equilíbrio entre os times desse bolo.

Ranking QA: 6º colocado

Títulos do CB LoL: 1

História: um dos times da ‘nova safra’, a Red Canids surgiu no cenário do CB LoL em 2016 sendo naquele ano um time da parte de baixo da tabela, mas virando o ano com ambições muito maiores.

Resultados em 2017: a Red apostou alto e contratou um trio de jogadores para mudar a realidade da equipe. Assim, com as chegadas de Tockers (campeão pela INTZ em 2015 e 2016), BrTT (campeão em 2013, 2014 e 2015) e Robô, a Red Canids chegou com um time fortíssimo para a disputa do primeiro split de 2017, contando também com a motivação de superação do BrTT e do Yoda, reserva do meio que jogou como titular na fase final da competição. Ambos jogadores tiveram um 2016 turbulento, o BrTT ficou o ano todo na reserva da Pain, enquanto que Yoda era visto apenas como streamer e incapaz de se destacar no circuito profissional.

As contratações deram certo e a Red Canids foi campeã do primeiro split, caindo nas semifinais da segunda etapa já sem o Yoda e com problemas envolvendo o Dioud, suporte que tem enorme sinergia com BrTT.

Mudanças e Expectativas para 2018: sofrendo um desmanche, a Red viu o trio ‘ de ouro’ Tockers, Robô e BrTT deixarem a equipe. A opção da organização para reformular seu time foi o de apostar em gringos, indo fundo em trazer para o seu time jogadores que atuam no pais mais forte no LoL no mundo: a Coréia do Sul.

A Red está apostando em três deles: o técnico Icarus, o mid Sky (reserva de Faker na SKT, tradicional equipe tantas vezes campeã mundial) e o jungler Winged (que já jogou aqui no Brasil, pela Keyd em 2014). Fechando o círculo de estrangeiros, a Red também trouxe o português Xico para atuar no meio. Além deles, Lep (ex-CNB) e que não viveu um grande 2017, chega para a vaga deixada por Robô.

São muitas as incógnitas do que esperar desse time. Desde a parte da comunicação que é sempre complicada já que precisarão falar em inglês com os coreanos e não é algo muito simples pensar em outro idioma no calor do momento de um jogo de LoL e na velocidade e clareza que o jogo exige que essa comunicação seja realizada entre os membros da equipe. Por outro lado, coreanos são a maior referência mundial no quesito habilidade individual, podendo fazer a diferença apenas nisso.

Qual dos dois acontecerá com a Red? Difícil dizer, mas a minha aposta é que o time encontre dificuldade nas primeiras semanas, até por conta de não saber ainda qual o melhor quinteto que encaixa como conjunto, tendo ainda um problema com o regulamento uma vez que são permitidos apenas dois estrangeiros entre os titulares e a Matilha possui 4 atualmente – além dos três citados acima, tem ainda o suporte francês Dioud. O que fará com que, em resumo, a Red tenha que fazer um esquema de: ou joga Winged, ou joga Dioud, já que eles só possuem estrangeiros para a rota do meio.

E aí ainda fica a pergunta: Winged e Sky podem fazer a diferença pela sua habilidade mecânica apurada, mas e o resto do time? Será que LeP, Sacy e Cabu tem qualidade para não fazer o time ser puxado para baixo? Para mim não e coto a Red Canids como uma das equipes que lutará contra o rebaixamento.

Ranking QA: 7º colocado

Títulos do CB LoL: 0

História: criada em Agosto de 2016, a Progaming disputou o circuito desafiante na primeira etapa de 2017 pela primeira vez e logo de cara conseguiu o seu acesso à elite. Disputando a segunda etapa do CB LoL, a Progaming surpreendeu a todos com a ótima qualidade demonstrada por sua equipe, ainda que tenha ficado de fora da fase final.

Resultados em 2017: 5ª colocada no último split, ainda que inexperiente e azarão, o time da Progaming acabou por decepcionar pelo nível que demonstrou e por quão próximo esteve de ir às semifinais, vacilando nas três últimas rodadas e perdendo o posto para a Pain.

Mudanças e Expectativas para 2018: sem perder jogador por interesse de outras equipes, a Progaming mexeu apenas onde quis, alterando somente o seu jogador na selva ao se desfazer de Ranger e Zuao e trazer o muito experiente Minerva. Para manter o time em evolução, a organização também contratou Djoko, bem conhecido no circuito e tido por muitos como um dos três melhores treinadores do Brasil.

Eu já gostei muito do que vi da Progaming no último split e espero por ainda mais evolução dessa equipe por conta dos excelentes jogadores que possui, como o Goku e o ótimo Luskka, e pela chegada dos dois citados acima. Vai deles evoluir no fator mental e deixar de pipocar nas horas mais decisivas. Para mim parte como segunda força do CB LoL.

Ranking QA: 2º colocado

Títulos do CB LoL: 1

História: a caçula do CB LoL, a Team One foi criada em Abril de 2017, comprando a vaga no CB LoL da INTZ Genesis.

Resultados em 2017: em uma história de conto de fadas, a Team One chocou e encantou o Brasil conseguindo o improvável título brasileiro logo em sua primeira participação e com um time formado por jogadores de pouca expressão no cenário e muita inexperiência, mas que mostraram muita personalidade e ousadia, saindo do lugar comum dos picks do ‘meta’ e ‘metendo muito o louco’ em vários jogos, forçando várias lutas e atuando de forma extremamente agressiva.

Mudanças e Expectativas para 2018: surpreendentemente a One perdeu apenas um jogador: o atirador Absolut. Trazendo para seu lugar o coreano Lactea, que já jogou aqui no Brasil pela Pain em 2014, mas que está fora do cenário competitivo desde 2015, sendo extremamente imprevisível saber o seu nível exato atual e como encaixará no plantel uma vez que a sua presença faz com que o time todo tenha de se comunicar em inglês, o que não é muito agradável ou intuitivo em momentos mais calorosos.

Inclusive, o Absolut era tido como um dos principais ‘chamadores de jogada’ da equipe, uma característica que é bem rara de se encontrar em atiradores e que aumentava ainda mais o seu impacto no jogo coletivo da TOne.

Outro ponto que penso é o quanto a Team One realmente teve de capacidade para conquistar o CB LoL em uma das etapas com mais times fracos dos últimos tempos de forma que essa equipe pode tanto aparecer na briga pelo rebaixamento, quanto na briga pelo título tamanha instabilidade que vejo na mesma, sendo que a cotarei na posição intermediária, bem no meio da tabela.

Ranking QA: 4º colocado

Títulos do CB LoL: 1

História: equipe que leva o nome da marca da vendedora de produtos de informática, a Kabum é uma das mais antigas organizações do cenário brasileiro de League of Legends, mas que hoje vive muitas saudades do título de 2014 já que desde então a equipe passou por problemas financeiros dentre outros obstáculos, se tornando um time ‘ioiô’, quer dizer, está sempre descendo para a segunda divisão, subindo para a primeira e assim sucessivamente.

Resultados em 2017: rebaixada no primeiro split de 2017, a Kabum esteve muito próxima de fechar suas portas, com uma estrutura precária em sua gaming house, problemas como falta de energia e falta de computadores para os jogadores treinarem, muitos decidiram abandonar a organização, enquanto que os que ficaram buscaram se unir na superação das adversidades. Teve até jogador assumindo o papel de técnico por conta da debandada da comissão técnica.

Mudanças e Expectativas para 2018: o retorno da Kabum não traz muito otimismo e tem fortes indicações de ser ‘mais do mesmo’, ou seja, lanterna na mão deles.

É difícil tentar encontrar onde ter otimismo/esperança para a Kabum já que seu roster não traz a menor confiança, mesmo que os cinco titulares (em tese) já tenham disputado o CB LoL: Zantins, não foi bem no primeiro split de 2017 pela Kabum;  Ranger, que fez um segundo split decente pela Progaming em 2017; o menino Titan, que é atirador de origem, mas no primeiro split de 2017, em meio a crise na equipe, assumiu a bucha de jogar como mid tendo apenas 17 anos de idade; Dynquedo, mid laner que jogou pela Operation Kino na primeira etapa de 2017, tendo um desempenho razoável, diria até positivo pela má campanha que sua equipe fez, com ele conseguindo destoar; e, por fim, Riyev, que não foi nada bem no primeiro split de 2017.

Assim, 2018 deve ser mais um ano rotineiro na vida da Kabum, que dificilmente conseguirá ficar de fora da briga contra o rebaixamento.

Ranking QA: 8º colocado

 

O CB LoL 2018 tem início no próximo sábado, dia 20 de Janeiro, com a partida entre INTZ vs Keyd abrindo a temporada a partir das 13h de Brasília e aqui no QueroApostar você terá cobertura completa com análise para todos os jogos, em todas as rodadas.

POR DEMÁCIAAAA!!!


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