Entenda como funciona um elenco ao longo da temporada e como isso influencia nas apostas
A temporada da MLB é, de longe, a mais desgastante dos esportes americanos. Entre março a outubro, os 30 times atuam 162 vezes cada. O intervalo de descanso é muito pouco, geralmente cada equipe tem três dias de folga no mês. Com essa carga intensa de trabalho, o fator físico é muito importante na aposta. Neste artigo, você vai entender como isso afeta diretamente nas apostas e como é estruturado um elenco de beisebol para a temporada.
Rotação titular
Aqui é o coração de qualquer time. Cada equipe tem cinco jogadores que se revezam para começar cada partida. Geralmente, o abridor atua uma vez a cada cinco dias. Só em situações extremas que o mesmo abridor joga em intervalo menor de descanso, pois a carga de estresse no braço é muito grande em todas as partidas. É comum que esse tipo de jogador lance cerca de 95 bolas todas as vezes que sobe ao montinho, o que é bem desgastante.
Ficar atento a essa variação de descanso é fundamental. No beisebol, qualquer tempo relevante de descanso ou jogos em sequência influencia diretamente na aposta. Isso é fácil e prático de olhar, basta clicar no perfil do jogador desejado no site oficial da MLB e ir em “game log”. Lá, como neste exemplo do link, terá a planilha completa de partidas do abridor e o tempo de descanso entre cada jogo.
Na MLB, a ordem de arremessadores é muito importante. O primeiro da lista é chamado de ace, pois é o melhor da rotação, considerado o jogador mais relevante do quinteto. A ordem de qualidade vai seguindo em ordem — ou seja, o quinto na rotação é o menos importante. Confira no exemplo.
Rotação do San Francisco Giants | |
Abridor | ERA em 2016 |
1 – Madison Bumgarner (Ace) | 2,42 |
2 – Johnny Cueto | 1,99 |
3 – Jeff Samardzija | 3,91 |
4 – Jake Peavy | 5,22 |
5 – Albert Suarez | 4,39 |
Bullpen
Aqui vai a parte mais importante do beisebol quando se trata de cansaço. Na rotação de titular, há um padrão a ser seguido de cinco dias de descanso para cada jogo. Mas para os arremessadores reservas (que são alcunhados de relievers), e que arremessam 1/3 da partida de média (três entradas), o uso não é padronizado. É humanamente possível até mesmo um jogador reserva atuar por três dias seguidos e, claro, o nível de desgaste conta muito nessa situação.
Por isso, como apostador pro em beisebol, tenho esse site como extrema importância para as minhas análises — Baseball Press, clique. Neste site, é possível ver o número de arremessos lançados pelos reservas nos últimos dias. Como saber o que é acima da média ou não? Confira na tabela.
Uso de relivers | |
Situação | Exemplo |
Desgaste normal | Um jogo em três dias, máximo 20 arremessos por atuação |
Desgaste alto | Dois jogos em três dias, máximo 20 arremessos por atuação |
Desgaste muito alto | Três jogos em três dias, máximo 10 arremessos por atuação |
Desgaste extremo | Três jogos em três dias, mais de 15 arremessos por atuação |
Claro, isso não é uma planilha que sirva como regra total. É o padrão, mas cada corpo reage ao desgaste ao desgaste de alguma maneira. De qualquer maneira, é sempre bom estar atento quanto ao desgaste dos arremessadores reservas. Se o fechador da equipe (reliever mais importante, que acostuma atuar na nona entrada), vem com muitos jogos acumulados, dá para perceber isso e pular fora da aposta em ML para aquele time.
Um exemplo fica quanto aos Dodgers, veja:
Neste caso, o fechador (Jansen), já arremessou por dois jogos seguidos e, como se trata de temporada regular, provavelmente não estará disponível para o jogo de hoje. O mesmo pode ser dito para Pedro Baez e Joe Blanton, jogadores importantes do bullpen de Los Angeles. Sendo assim, não faz muito sentido confiar no bullpen dos Dodgers para hoje — e influencia MUITO na hora de apostar.
Ataque
Nesta parte, se trata de algo mais ameno. Se a temporada tem 162 jogos, um rebatedor consistente e que tem físico normal aguenta atuar por cerca de 140 jogos sem muitos problemas. Ou seja, apenas uma pequena fração de jogos é perdida por um jogador de ataque confiável.
Mas tem uma posição que é preciso ficar de olho quanto ao desgaste: catcher. Jogar nessa função é muito desgastante, exige físico privilegiado. Geralmente, os atletas dessa posição acostumam a atuar acerca de 125 partidas por ano — bem menos que um jogador de outra posição, por exemplo.
Um exemplo claro está em Buster Posey, melhor rebatedor dos Giants. Cada vez mais o treinador Bruce Bochy geralmente o poupa dessa função ao longo de muitas partidas em sequência — revezando na primeira base ou dando dia de descanso para sua estrela. Sendo assim, é bom checar os times titulares antes de apostar. Apesar de não ser uma variável tão importante quanto aos arremessadores, é relevante saber quem está sendo poupado.
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Dizem que o beisebol é um esporte parado e o fato de não ter contato ajuda nessa crença. Mas o desgaste feito a cada arremesso e rebatida é muito pesado no corpo de todos os jogadores — até os mais fortes. Além de vento, qualidade dos times, momento e estatísticas, reservar um espaço da análise para o lado físico é essencial.
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