O mando de campo no futebol argentino
Fala pessoal, continuando a nossa série sobre o futebol do país hermano, vamos ao segundo artigo, onde falaremos sobre o mando de campo na Argentina. Para você que ainda não leu o primeiro artigo e quer entender melhor sobre a nossa série, é só clicar no link do artigo: Futebol Argentino em cinco dias na Argentina .
Um dos principais pilares de um time de sucesso é a força que ele tem e exerce dentro de casa. Em qualquer esporte é muito difícil termos campeões que não são imbatíveis – ou quase – quando atuam diante do seu torcedor, e no futebol argentino como todo mundo deve imaginar isso acontece ainda mais.
O futebol dos hermanos é mega conhecido pelo fato das torcidas darem show, como já vi vários jogos no pais vizinho, posso dizer que foi uma experiência única e é difícil encontrar no mundo estádios com a pressão que se encontra na Argentina. Querendo ou não isso é algo que influencia demais nas apostas.
O mando do de campo no futebol argentino e os números
Trazendo essa conversa para os números dentro do mando de campo no futebol argentino, conseguimos perceber que é muito difícil um time mediano da Argentina sofrer mais do que 3 derrotas como mandante em um turno de competição, sendo que da atual tabela (pegamos 27 de Novembro de 2018 como base para nosso comparativo), do 1º – Racing – ao 16º – Union Santa Fé – nenhum time sofreu mais do que 2 derrotas em casa e 7 ainda não perderam em casa.
Como vemos na classificação acima, 16 dos 26 times do campeonato argentino são fortes dentro de seus estádios e é muito importante destacar que alguns são praticamente imbatíveis, como o San Martin Tucumán, que soma 2 vitórias, 5 empates e nenhuma derrota em casa, porém é um dos piores times na competição, ocupando a 19ª posição.
Algo que nos chama muito a atenção é que as vezes mesmo o time sendo mega forte em casa, ele não consegue ficar entre os líderes, pois não repete as mesmas boas atuações fora de casa, caso de Boca Juniors e Velez Sarsfield, que como mandantes ocupam as primeiras colocações, porém na tabela principal estão na 6ª e 7ª colocação, respectivamente. Ou até o Newells Old Boys, que soma bons números jogando em Rosário, porém é um dos últimos da tabela.
Mesmo com todos esses números, também temos que ter em mente que não é sempre que ele será determinante, como por exemplo o Lanús, que conta com estádio mega acanhado, uma torcida grande, porém não tem conseguido fazer boas campanhas pelo simples fato de o time ser ruim, ou seja, jogar em casa na Argentina é muito favorável, porém a análise não pode ser baseada apenas nisso.
Mas outros números novamente puxam a importância do mando de campo, ao passo que nesta temporada 18/19 quase metade dos clubes da Superliga Argentina não venceram ainda como visitante, são oito no total (Lanus, San Lorenzo, Colon, Argentinos Juniors, Belgrano, San Martin Tucuman, Patronato e Newells),
Além disso essa força nos estádios argentinos que costumamos sempre elogiar se eleva a equipes que costumam ter dificuldades para jogar contra outros como visitante, como é o caso do Independiente – que não vence o Godoy Cruz em Mendoza há mais de 10 anos.
Um ponto que gosto de destacar e que precisamos levar em considerar durante as nossas análises sobre o mando de campo no futebol argentino são os clássicos. Que, querendo ou não, na maioria das vezes o mando não tem tanto peso. Um exemplo rápido é o Superclássico entre River e Boca, sendo que o River não perde na La Bombonera há 4 anos, muito por conta de que em clássico a tensão e o psicológico acabam sobressaindo sobre a força da torcida.
Então concluímos que realmente a força do mando de campo no futebol argentino é importantíssima, mas reforçando o que havia falado acima, não é porque um clube tem histórico de ser forte dentro de casa que ele continuará sendo, mesmo que conte com jogadores ruins, ou seja, o mando de campo pode ser um importante fator na hora da análise, mas não podemos depender apenas dele.
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